Da classe Heteroptera: Pentatomidae, os percevejos são insetos sugadores, que introduzem o estilete no substrato da planta para se alimentarem. Eles sugam várias estruturas da planta, porém as sementes e os frutos são os preferidos para sua alimentação.
Na cultura do milho, as espécies de percevejos barriga-verde, pertencentes ao gênero Dichelops, são pragas muito preocupantes, e estão demandando atenção especial por parte dos produtores. Por serem pragas de fases iniciais, exigem maior eficiência do manejo, devido ao alto potencial de prejuízo e dificuldade no controle.
Regiões de maior concentração de D. melacanthus e furcatus no Brasil.
O ciclo biológico do ovo ao adulto desta praga, completa-se em 45 dias. Tanto as ninfas quanto os adultos, sugam a seiva das plantas (PANIZZI, ).
Fonte: dos insetos (Natasha Wright). Adaptado por MDR AG PRNA Boiko, Andrey
A principal diferença entre as injúrias de percevejos barriga-verde e de Spodoptera e Diabrótica é a formação do halo amarelo na circunferência do furo, causado pela toxina injetada pelo percevejo no momento da alimentação (Figura 2).
Figura 2: Comparação entre as injúrias de percevejo barriga-verde, Spodoptera e Diabrótica.
Fonte: Rodolfo Bianco e M.J. Batistela,
O tratamento de sementes é fundamental para o manejo da praga. Porém, em condições de média e alta infestação, o monitoramento é fundamental para definir o momento da aplicação do inseticida com registro para aplicação na parte aérea.
• Redução populacional:
– Inseticida na dessecação ou pós-plantio.
– Controle de plantas daninhas.
– Redução de perdas na colheita.
• Tratamento de Sementes Industriais (TSI):
– Em casos de alta infestação, a melhor alternativa é o TSI, associado a inseticida registrado para aplicação na parte aérea da cultura, até no máximo uma semana após a emergência (ALBURQUERQUE et al., ).
• Evitar aplicações nos períodos em que a praga está abrigada: – À noite.
– Dias chuvosos ou logo após chuva.
– Temperaturas amenas ou frio.
• Em áreas com presença de plantas daninhas ou farta palhada de soja (ambiente de safrinha), a aplicação deve ser mais frequente.
• As possíveis diferenças entre germoplasmas não dispensam o monitoramento e controle complementar.
• Controlar até V4.
• Perdas na colheita da soja:
-“Durante a colheita da soja, os grãos caídos no solo, associados à presença de ervas daninhas, em especial trapoeraba, têm favorecido o aumento de populações do percevejo, por constituírem excelente alimento na entressafra.”
-“Portanto, reduzir as perdas na colheita da soja e garantir um efetivo controle de plantas daninhas são fatores relevantes na regulação da população da praga. ” (BIANCO, )
• É recomendada, se possível, a dessecação com inseticida sobre a palhada em horário de temperatura mais amena (BIANCO, ). O tratamento de sementes com o grupo químico neonicotinóide, associado ao monitoramento do inseto e aplicação de inseticidas específicos na fase inicial, é crucial para o sucesso da lavoura. Aplicações de inseticidas em dias após a emergência das plantas se mostram ineficazes.
• É importante destacar que as biotecnologias atuais em milho não controlam o percevejo.